sábado, 9 de abril de 2011

PROJECTO 2

Ricardo Reis

"Vem sentar-te comigo Lídia"

Esta composição centra-se numa mulher pagã, a sua figura é o que se pretende destacar aqui. A silhueta feminina foi toda feita com "i's", encontrando-se nua e a segurar um ramo de flores no regaço. A nudez da mulher aparece como uma forma de representar o paganismo, a sua nudez torna-se evidente pela representação do seu umbigo com o número 6. A posição baixa do braço segurando as flores no regaço indica a presença de uma tristeza, reforçada com a palavra "triste", tendo sido o "i" substituído por uma lágrima. As pétalas das flores foram substitídas pela própria palavra (flores), que está presente quer na silhueta da mulher, quer no excerto do poema. A palavra "suave" está em itálico e com sombra de forma a dar uma ideia de desvanecido, representando assim a suavidade.
Ricardo Reis acreditava no viver a vida dia-a-dia, aproveitando os prazeres que esta tem a oferecer, figurado no corpo da mulher nua, mas sem excessos,daí a suavidade que deve ser mantida.



Alberto Caeiro

"XLV Um renque de árvores"

O excerto de Aberto Caeiro era um pouco mais extenso, como tal, optei por algo mais simples. Assim sendo, o excerto começa com a representação do Homem a substituir o "h", esta figura é negra e curvada fazendo alusão  às "tristes almas"; no mesmo verso "ordem" aparece com a sua letra inicial circundada de números (ordem numérica) que representa a ordem e a organização.
As linhas traçadas são representadas, obviamente, pelas linhas, que unem um ponto ao outro "de coisa a coisa". Mais abaixo temos a representação física de um "letreiro" colocado no supé da árvore e os "nomes" aparecem na "árvore" como se fizessem parte da sua constituição. As palavras "latitude e longitude" estão dispostas conforme o seu significado, horizontal e vertical, respectivamente.
O útimo verso contém uma auréola na palavra "inocente" caracterizado pela pureza e inocência dos anjos e santos e a palavra "mais" foi substituída pelo símbolo de adição.
Este excerto tem a ver com a natureza e a simplicidade da vida que não deve ser demasiado pensada ou organizada.



Álavro de Campos

"Ode Triunfal"



Esta última composição representa todo o futurismo e paixão pelas máquinas de Campos. Como tal temos aqui a representação do interior de uma máquina em que as "rodas" são o apótrofe "Ó", sendo o seu interior constituído pela própria palavra. A palavra "engrenagens" está contida na sua representação física em que o "gre" está na junção das duas roldanas dando a ideia do ranger das máquinas "r-r-r-r". As correntes são constituídas pela palavra "eterno" representado o ciclo contínuo e eterno das correntes e o constante movimento das mesma.
"Forte" aparece destacado e a negrito, marcando uma ideia de poder, de força. Por último, "fúria" aparece com uma cor diferente, associada à raiva, a sua duplicação sugere movimento, como se fossem labaredas em fúria de uma fogueira.
A composição aparece toda ela bastante organizada e moderna, prestando culto à máquina e á beleza do seu funcionamento que tanto fascinava e cativava Álvaro de Campos.

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